quarta-feira, 11 de setembro de 2019

AS MAIS QUERIDAS DA GAROTADA


Aqueles das gerações dos anos 70 e 80 com certeza vão se lembrar daquela bicicleta que mexia com seu coração, que era seu desejo, que torcia para que seus pais lhe dessem de presente no natal. Nesta postagem vamos trazer algumas dessas bikes.
Caloi
No começo dos anos 70 uma bicicleta frequentava o imaginário dos jovens: A Monark Tigrão. Herdeira da Tigre, a Tigrão era uma chopper, inspirada na americana Schwinn Sting Ray e na inglesa Raleigh Chopper, bicicletas icônicas que se tornaram um fenômeno em seus países. Nos modelos mais caros poderiam vir com câmbio de 3 marchas no cubo da roda traseira (tipo Sturmey Archer), com alavanca de mudança de marcha estilo Power shift, imitando câmbio dos carros esportivos americanos.
Crianças anos 70
Os anos 70 foram marcados pelas brincadeiras de rua com os amigos. Muita gente ainda não tinha TV em casa e, quando tinham, na maioria das vezes, eram com imagens em preto e branco. De modo geral, as ruas eram mais seguras, em função da segurança imposta pelas Forças armadas, como também pelo reduzido número de carros nelas. Neste cenário as bicicletas eram extremamente vistas nas brincadeiras entre amigos.
Caloi
Neste mundo dos anos 70, sob o olhar de um garoto brasileiro, outra bicicleta que fazia bater o coração mais forte era sem dúvida a Caloi Fórmula C. A Caloi talvez tenha se inspirado na alemã Lexus para conceber o design da bicicleta, mais é fato que foi um enorme sucesso no mercado e junto a garotada.  Como na Tigrão, a Fórmula C também poderia vir com câmbio de 3 marchas (Shimano GT-3), passando a se chamar Fórmula C3. Também vinha com selim banana.
Caloi (4)
Mais uma bicicleta dos anos 70, a Monareta Fantástica inaugurava a 3ª geração da Monareta, que foi lançada nessa Linha especial em 1974, convivendo ainda com a de 2ª geração na série Águia Imperial. Na versão mais apimentada vinha com guidão longo estilo Chopper e selim banana. Hoje é uma das Monaretas mais colecionáveis.
Caloi (1)
A Brandani é uma destas bicicletas icônicas que não poderíamos deixar de falar nesta postagem. Baseada num protótipo japonês da Yamaha, a Bikendur era inspirada nas motos de enduro – Motocross. Justamente por conta deste design foi um grande sucesso, desde seu lançamento em 1976. Com amortecedores telescópicos na traseira (mais tarde teria também na dianteira) chamava a atenção por onde passava. Vale lembrar que ninguém a conhecia pelo seu nome, Bikendur, mais sim apenas por Brandani.
Caloi (1)
Outra bicicleta que nasceu da inspiração do motocross, a BMX Super, também conhecida por tanque, inaugurou um segmento, da bicicleta Cross BMX. Para se ter uma ideia da revolução do conceito, a Monark criou pistas de corrida e uma Equipe de ciclistas, os tornando em competidores desta nova modalidade. Lançada em 1978, vinha numa versão básica, desprovida de peças plásticas que imitavam uma moto era própria para as competições, e a versão super, com todos os acessórios, inclusive o selim tipo de moto.
Crianças anos 80
Os mágicos anos 80 foram uma das últimas infâncias das gerações que brincavam nas ruas. Nesta década as crianças foram apresentadas aos vídeo games, quase todas já dispunham de TV em cores, onde assistiam desenhos fantásticos como Thundercats, He-man, Caverna do Dragão ou séries como o Sítio do Pica-pau amarelo. A Música estava mais presente, com repertórios próprios para a garotada, assim como filmes, como os dos Trapalhões. Neste contexto excepcional, ser criança era uma grande felicidade e, não por acaso, os principais saltos tecnológicos que vemos hoje, surgiram justamente da mente sonhadora das crianças desta época. A bicicleta continuava sendo uma das principais companheiras de aventuras.
Caloi (2)
O símbolo máximo das bicicletas dos anos 80 foi, sem dúvida, a Caloicross, sobretudo o modelo Extra Light. Lançada em 1981, a Caloicross demorou um pouco para embalar nas vendas, pois a primeira versão era considerada muito pesada para o bicicross. A Caloi resolveu atualizar sua cross com o que tinha de melhor no mundo e foi buscar no Japão aquela que seria a mais famosa bicicleta do mundo, a Kuwahara, para se basear sua nova Caloicross. A Caloi criou um clone da japonesa, importando suas peças via Zona Franca de Manaus e montando aqui. Com qualidade muito superior as das concorrentes nacionais, foi um fenômeno de vendas e é muito cultuada até os dias de hoje.
Caloi (3)
Também dos anos 80, a BMX Pantera, da Monark, embora não tivesse inicialmente a mesma qualidade de peças importadas como a Caloicross, não fazia feio nas ruas. Modelo atualizado das primeiras BMX, a Pantera rivalizava com a Caloicross, nas ruas e nas pistas – também nas campanhas publicitárias. Foi uma bicicleta tão popular e querida, que até hoje consta no portfólio da Monark.
criancas
Velhos tempos, belos dias…

sábado, 2 de dezembro de 2017

A HISTÓRIA DA MONARK

A HISTÓRIA DA MONARK


A História da Monark é um caso meio complicado de se falar, pois a Empresa não dispõem em seu site informações sobre sua história ! O que temos é um breve relato no Wikipedia da mesma, vamos a ele:



"Em 1948, a Monark instalou-se no bairro de Bela Vista, em São Paulo. De Importadora e montadora, a empresa passou a ser Fabricante de bicicletas. Foi adquirindo novas áreas, até que em 1951 estabeleceu-se em definitivo na Chácara Santo Antônio, também em São Paulo. Foi por muito tempo a maior rival da Caloi, onde monopolizaram o mercado nos anos 70, porém foi perdendo mercado e hoje ocupa um papel no mercado nacional de bicicletas muito menor que ocupava nas décadas de 60 e 70. Nos anos 1980, chegou a vender 2 milhões de bicicletas por ano e chegou a empregar 10 mil pessoas.
Por motivos desconhecidos, fechou duas Fábricas, em Manaus e em São Paulo, entre 2006 e 2008, transferindo sua produção para Indaituba. Quando fechou a Fábrica de Manaus, na carta aos funcionários a empresa disse que "preferia fechar a fábrica a fazer uma bicicleta ruim como as importadas da China”. Aproveitando o espaço deixado por ela, uma nova concorrente começou destacar-se no mercado a partir do início dos anos 2000, a Sundown."

A Barra Circular



Sem dúvida, um dos grandes sucessos da Monark foi a Barra Circular. E para contar um pouco de sua história pesquisamos no Site " Escola de Bicicleta " e trazemos aqui:
O fenômeno da Monark Barra Circular
O começo dos anos 60 se faz com mais de 30 marcas de bicicletas sendo produzidas no Brasil. A grande maioria fabricava modelos em vários tamanhos, geralmente 28, 26, 24, 22 e 20, em polegadas e referente ao tamanho da roda. Com o mercado de bicicletas em crise a necessidade de padronização para diminuir custos é a saída para evitar fechar as portas. A grande maioria das bicicletas adultas, já no final da década de 60, passa a ser produzida com rodas 26 ½.

 É difícil encontrar referências para entender o que levou a criação do desenho do quadro da Monark Barra Circular. Antes dela havia no mercado uma série de quadros com reforços no triângulo principal do quadro, geralmente barras que ligavam o tubo de selim com a frente da bicicleta. Podia ser um segundo tubo superior, com os dois em paralelo, ou um "J" que nascia no tubo inferior pouco atrás da caixa de direção e terminava no tubo de selim. Havia até a referência das Schwinn com seus dois tubos de reforço em semi-círculo saindo da parte baixa da caixa de direção, passando pelo meio do tubo superior e terminando nas forquilhas traseiras. Mas tudo indica que nunca se havia feito um quadro com um reforço circular dentro do triângulo central.


 O mais interessante é que a primeira Barra Circular, já com sua nova configuração de quadro, a ser colocada no mercado, Série Águia de Ouro 1972 que substituiu a Olé 70, tinha rodas 28", bem maiores que as 26 ½" que se tornariam padrão. O fato talvez explique o porque do tubo superior sair da caixa de direção para baixo para só depois ficar paralelo ao chão. É uma forma de diminuir a altura do quadro e acomodar uma população com altura média baixa, como a do norte e nordeste onde o modelo virou um fenômeno de vendas.

O desenho da traseira, com as duas forquilhas em peça única que começam quase no meio do tubo superior, abrem-se no tubo de selim para formar um pequeno triângulo, continuam na traseira em paralelo ao chão para criar um suporte para o bagageiro, descem para fazer uma suave curva nas gancheiras e terminam na caixa de movimento central. O bagageiro acaba tendo uma área de apoio superior maior que os convencionais.


Se o projeto não tem referências, não resta dúvidas que ele tem um fluidez que chega a ser agradável, boa ergonomia e um estilo algo futurista para a época. É completamente diferente do que se fabricava até então, quando o desenho do quadro normalmente tinha linhas retas, formas práticas, reconhecidamente resistentes, e que eram produzidas com o mínimo de desperdício de material.
A Monark Barra Circular foge da tradição e entra no mercado para fazer história. Mesmo uma marca com a força que a Monark tinha então só tem sucesso se seu produto cai no gosto público e a Barra Circular foi um sucesso total.


 O interessante é que a qualidade das bicicletas produzidas no Brasil até então era boa. Havia uma cultura sobre as bicicletas bem estabelecida, pelo menos aqui no sul e sudeste do país. Quase não faz sentido sair das leves e eficientes bicicletas com quadro tradicional para cair num quadro cheio de tubos, detalhes e mais pesado. A alegação normal de seus usuários é que a Barra Circular é mais robusta, resistente que as outras.
A Caloi tenta conseguir morder um espaço deste novo mercado e a princípio lança a Barra Dupla, um modelo claramente inspirado na Schwinn. Alguns anos depois lança a linha Barra Forte que foi mudando o desenho do quadro, mas nunca chegou perto do impressionante número de venda da Barra Circular. No início dos anos 80 a Caloi lança uma linha nova, com um desenho de quadro em que as forquilhas tem uma continuidade que ultrapassa o tubo de selim e continua até quase a caixa de direção, formando assim um selim, ou banco, sobre o tubo superior. O desenho da bicicleta é muito suave e fluido, mas o desenho não faz sucesso esperado e seu custo de produção é alto, e já no ano seguinte ela começa a ser modificada. Irá surgir a última geração de Barra Forte com "banco" sobre o tubo superior. Logo será apresentada ao mercado a Caloi Barra C, quase uma cópia da Barra Circular.
O poder de mercado da Monark Barra Circular só irá diminuir no meio dos anos 90 quando o conceito mountain bike começa afetar até o mercado de bicicletas para trabalhadores.


Atualmente ainda continua sendo fabricada - e copiada pela concorrência - agora nos modelo VB (V-Brake = cabos de aço), FI (Sistema de varas de aço) e CP (Contra-pedal), com quadro de aço carbono.



Bicicletas fabricadas pela Monark no Brasil



Vamos tentar trazer aqui todos os modelos de bicicletas Monark fabricadas no Brasil:

- Barra Circular
- Barra dupla reforçada
- Barra circular super tubo
- Monareta (Séries: Medalha de Ouro, Shazan, Gemini, 2001, Olé 70, Brasil Luxo 71 Águia de Ouro 72, Brasil de Ouro 73, Águia Imperial 74, Fantástica 74, Centauro 75, 5 Estrelas 76 e 77, Tropical 79, Olímpica 80, Tigre, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 87, 88 e 89)
- Monareta Kross, Kross II e Kross 3 (com 3 marchas)
- Monareta Jet Black
- Monareta Tanden
- Jubileu de Ouro 58
- Olímpica 60
- Monark Luxor 61
- Gran Prêmio 62
- Panamericana 63
- Brasiliana 64
- BR 65
- Copa do Mundo 66
- Rei Pelé 66
- Garota 66
- Galáxia 67
- Medalha de ouro 68
- 2001 69
- Olé 70
- Brasil luxo 71
- Brasil de ouro 72
- Águia de ouro 73
- Águia Imperial 74
- Centauro 75
- 5 Estrelas 76
- 5 Estrelas 77
- Homem 77
- Homem Especial 78
- Homem 3 (3 marchas)
- Copa do Mundo 78
- Tropical 79
- Olímpica 80
- Gran Tour série prata 80
- Crescent 10
- Positron 10
- Super 10
- Positron Vogue 10
- Junior 5
- Fofita
- Pepita
- Monareta mirim
- Tigrão
- Tiger Kross 75
- Monark Tigre
- Bmx
- Bmx Pantera
- Bmx tanque e turbo
- Bmx Ultra leve
- Bmx Superstar
- Bmx Acrobike
- Trunfo Cross
- Feminina
- Princesa
-  Senhora
- Ipanema
- Ipaneminha
- Brisa
- Tropical
- Ranger
- Ranger Afrikan
- Canyon adventure 18 speed
- Pick Up Carga dupla